sexta-feira, 30 de maio de 2014

A importância da higienização na Segurança Alimentar




   Olá seguidores,
como prometido, vou falar nesta publicação sobre a importância de se realizar uma correta higienização para se garantir a segurança alimentar.  Hoje, mais do que nunca, a segurança dos produtos alimentares constitui uma preocupação central aos olhos dos cidadãos e das entidades responsáveis, bem como uma condição necessária ao reforço da proteção dos consumidores.Um dos sectores de actividade económica com maior impacte junto do consumidor é, sem dúvida, o alimentar. 
   Neste estágio tive a oportunidade de passar por diversas áreas e perceber um pouco como elas funcionam e a área da segurança alimentar foi uma delas e fiquei também a conhecer como funciona a higienização ao longo do processo alimentar e após processo. Não vou entrar em pormenores de como este funciona no hotel pois o segredo é a alma do negócio, mas mesmo não abordando como funciona no hotel, vou falar um pouco sobre a importância da higienização.
   A limpeza de uma unidade alimentar não pode ser considerada apenas sob o ponto de vista de um pavimento bem varrido, mesas brilhantes, de ferramentas colocadas no local correcto, etc.; Embora seja um fator importante, nunca devemos descuidar aquilo que não vemos, como é o caso do aspecto microbiológico.
   Por Higiene compreende-se por um conjunto de regras que se destinam a conservar a saúde do Homem, protegendo-o das doenças transmitidas por ele próprio, pelos animais, pelos alimentos e pelo meio ambiente.
   Os microrganismos encontram-se por toda a parte, convertendo-se, assim, numa ameaça à saúde pública sempre que não sejam respeitadas e cumpridas as boas práticas de higiene pessoal e alimentar durante a manipulação de alimentos. Não podemos, no entanto, deixar de ter em conta todo o ambiente que envolve, direta ou indiretamente, o alimento, pelo que se torna fundamental conhecer a importancia da Higiene como garantia do bem-estar do consumidor. Pretende-se, assim, eliminar a matéria onde os microrganismo se desenvolvem, assegurar uma desinfecção eficaz, bem como reduzir o risco de contaminação por matéria estranha, garantindo a Higiene e a segurança dos alimentos. A eliminação do risco de contaminação depende do tipo de sujidade que encontramos.
   Os locais destinados à preparação, confecção, conservação, exposição e comercialização de alimentos, devem ser concebidos de modo a facilitarem a limpeza e a reduzirem ao mínimo os riscos de contaminações, pelo que a área das instalações deve ser suficiente para que todas as operações se processem de forma higiénica, não permitindo o cruzamento de operações. O circuito da Marcha em Frente deve ser prioritária.
  A principal razão para se proceder à higienização das instalações, equipamentos, utensílios, meios de transporte deve-se ao facto da necessidade de redução e/ou eliminação de vários tipos de resíduos, que podem conter microrganismos, perigos químicos e até perigos físicos capazes de alterar os produtos e podendo eventualmente provocar infecções, intoxicações ou ferimentos ao consumidor. A limpeza só se torna eficaz quando acompanhada de um processo de desinfecção, sendo que a limpeza é o conjunto de operações que permite, através da aplicação de produtos específicos (detergentes), eliminar a sujidade  e  desinfectar.. É o processo através do qual se elimina ou reduz para níveis seguros, do ponto de vista do consumidor, a flora microbiana presente.
   A obtenção de um resultado final eficaz no processo de limpeza e desinfecção depende de vários fatores, que se interligam e se complementam entre si e quando isto não ocorre pode comprometer a qualidade final da limpeza e desinfecção. 
   O tema higienização tem muito assunto para abordar, tais como a água (quantidade a usar, temperatura ...), que tipo de detergente usar, qual o melhor desinfectante, os utensílios de limpeza a usar ... mas para terminar e considerando que os temas que vou abordar são mais importantes, vou ainda falar dos sistemas de higienização, dos planos de higienização e por fim de um tema que coloca em causa a segurança alimentar: controlo de pragas.
   Existem duas formas de realizar a higienização: esta pode ser por ação manual ou mecânica. A higienização manual é utilizada em superfícies de trabalho e para equipamentos muito complexos, só com este tipo de higienização é que se consegue alcançar uma limpeza completa dos equipamentos. A higienização mecânica pode ser realizada também por projeção, quer através de máquina de alta pressão ou a partir de espuma com sistemas de alta pressão. Estes tipos de limpeza são geralmente utilizados para higienizar as instalações e equipamentos de grandes dimensões.
   Quanto aos planos de higienização, estes resultam de um conjunto de informações e normas respeitantes a cada local, equipamentos e utensílios contíguos, com o intuito de fazer cumprir a correta higienização. Os planos devem ser realizados por pessoas especializadas na matéria, afixados em locais visiveis e comunicados a todos os trabalhadores. 
   Para terminar, falo do controlo de pragas. As pragas de insetos e roedores quando não são controladas, afetam negativamente o bom funcionamento da segurança alimentar, pois estes animais são propagadores de pragas. Nas instalações onde se manipulam, conservam, armazenam, confeccionam ou transformam, expõem e comercializam géneros alimentícios, deve realizar-se um controlo de insectos e roedores, uma vez que estes são perigosos para a saúde pública. O controlo tem de ser rigoroso e realizado frequentemente. Cada área deverá ser analisada, procedendo-se a um levantamento dos perigos potenciais e implementando-se medidas de prevenção para combate deste tipo de pragas (Regulamento CE N.º 852/2004 de 29 de Abril de 2004). 
   Na próxima publicação e já quase a terminar a temática do HACCP, vou abordar  a recepção de géneros alimentícios, temática esta, que também tive a oportunidade de ver como funciona no Hotel Tivoli Marina Vilamoura

   Até à proxima!

Fontes:


Bactérias Patogénicas






  Olá seguidores,
nesta publicação vou abordar algumas bactérias patogénicas que são mais usuais encontrar como fontes de contaminação em alimentos.
   No caso do Tivoli Marina de Vilamoura, tive a oportunidade de visualizar todos os resultados de analises microbiológicas efetuadas a alimentos e a manipuladores de alimentos e como referi na publicação anterior, os responsáveis pela segurança alimentar são conscientes dos riscos que podem ocorrer se existir uma contaminação e apostam muito na formação dos manipuladores de alimentos e pelo que visualizei nos resultados de analises do ano de 2013 e das que já foram feitas este ano, os resultados são muito positivos. A segurança alimentar é cumprida.
   Mas voltando ao assunto das bactérias, nesta publicação vou falar um pouco da Bacillus cereus ; Brucella spp. ; Clostridium botulinum ; Eschericchia coli ; Listeria monocytogenes ; Salmonella e por fim, Staphylococcus aureus.
  • Bacillus cereus - é uma bactéria Gram-positiva produtora de exotoxinas e em condições desfavoráveis adquire, tal como a Clostridium spp., uma forma mais resistente (esporo) que sobrevive a elevadas temperaturas (termo resistente). - Alimentos onde geralmente se encontra: é uma bacteria ubiquitária, presente no solo e plantas, e pode ser encontrada em alguns alimentos, tais como arroz, leite e leite em pó, legumes, batatas, lentilhas, farinhas. Como prevenir? Cumprir as regras de higiene; cozer os alimentos para inactivar as formas vegetativas; manter os alimentos preparados a temperaturas superiores a 65ºC; arrefecer os alimentos preparados rapidamente, no sentido de prevenir a germinação de esporos; a toxina diarreica é destruida a 60ºC durante 5 minutos.
  • Brucella spp. - é o agente causador da febre-de-malta (brucelose), esta bactéria é transmitida essencialmente pelo contacto com animais doentes (pele, sangue, urina, placenta) e pela ingestão de leite cru e/ou seus derivados provenientes de animais contaminados. Alimentos onde geralmente se encontra: carne mal cozinhada, leite cru, manteiga e queijo produzidos a partir do leite cru.. A contaminação por Brucella poderá ser evitada tomando medidas preventivas e de controlo tais como: vacinação dos animais jovens. abate de animais soropositivos, higienização e desinfecção adequadas dos estábulos,  não consumir os alimentos potencialmente contaminados, destruição do patogénico após tratamento térmico a 63ºC durante 7-10 minutos.
  • Clostridium botulinum - é capaz de produzir de produzir uma toxina como produto do seu metabolismo, causando uma perturbação grave ma saúde do consumidor designada por "botulismo". Esta bacteria, quando em condições desfavoráveis (temperatura, composição do meio,etc.) adquire uma forma mais resistente, o esporo, que sobrevive a temperaturas muito elevadas. Como bactéria anaeróbia que é, podemos encontrar a C.botulinum nos seguintes alimentos: conservas caseiras, que em virtude de uma esterilização insuficiente podem levar à sobrevivência dos esporos; presuntos e enchidos de carne, principalmente de fabrico caseiro, grandes peças cozidas ou assadas em que o calor não consegue atingir eficazmente o interior da peça e em que, por esta razão, não se dá a destruição do patogénico, eventualmente presente. A intoxicação causada por esta bactéria pode ser mortal, pois a toxina é potencialmente neurotóxica, mesmo quando ingerida em pequenas quantidades. Pelo perigo que esta bactéria representa para a saúde, é de todo importante conhecer algumas medidas que previnam a sua presença em alimentos: deve evitar-se o contacto directo dos produtos de origem animal com o solo, com o ar e com produtos de origem vegetal crus; deve ter-se em atenção a integridade dos enlatados, rejeitando todas as latas opadas, que estejam a verter ou que apresentem qualquer outro defeito que possa colocar em causa o estado de conservação do produto.
  • Escherichia coli - trata-se de uma bacteria Gram-negativa anaeróbica facultativa, e normalmente o seu habitat é o tracto intestinal dos humanos e o sangue quente de animais e aves. Este patogénico pode apresentar diferentes formas, das quais as que mais se destacam a nível da segurança alimentar são: Enteropatogénica, Enterotoxigénica, Enteroinvasiva e Enterohemorrágica. Alimentos onde geralmente se encontra: Carne, vegetais, leite, queijo e água. Medidas preventivas . a prevenção da presença desta bactéria deve ser feita no sentido de: elevado controlo das boas praticas de higiene, atenção particular no processamento de carnes bovinas, pasteurização do leite, carnes e vegetais bem cozinhados. 
  • Listeria monocytogenes - é motivo de elevada preocupação na higiene alimentar, uma vez que afecta grupos de riscos como idosos, crianças, imunocomprometidos, estando mesmo associada a casos de aborto espontâneo em mulheres no 2º e 3 trimestres de gravidez. Presente no solo, água, esgotos e vegetação morta, pode ser igualmente encontrada na flora intestinal de animais, aves domésticas e de humanos saudáveis.  Medidas preventivas:  elevado controlo das boas praticas de higiene, os grupos de risco devem evitar o consumo de alimentos potencialmente contaminados, evitar a contaminação cruzada, cozinhar bem as carnes, peixe e vegetais, pasteurização do leite.
  • Salmonella spp. . prolifera em condições de elevado teor de água. Embora não se multiplique a temperaturas de refrigeração. é extremamente resistente ao processo de congelação.  Esta bactéria pode estar presente numa grande variedade de alimentos e dar origem a infecções alimentares, sendo encontrada com alguma frequência nos seguintes alimentos: carnes cruas, ovos, leite e derivados, peixe e mariscos, gelados, produtos de pastelaria. Os distúrbios alimentares associados a este patogénico são chamados de salmonelose e são caracterizados por episódios de gastroenterite.
  • Staphylococcus aureus - encontra-se um pouco por toda a natureza, o Homem e os animais são contudo o principal reservatório deste patogénico, sendo habitualmente encontrado nas vias respiratórias superiores (nariz, boca e garganta), na pele e nas unhas. Alimentos onde geralmente se encontra - existe uma enorme variedade de alimentos possíveis de serem contaminados por S. aureus, no entanto, uns adquirem maior importância do que outros. Geralmente, alimentos que requerem manipulação dos operadores durante a sua preparação e que são mantidos a temperaturas ligeiramente elevadas são mais susceptíveis de serem contaminados com esta bactéria. Podemos contribuir para a prevenção da contaminação por S. aureus se evitarmos a contaminação cruzada entre os alimentos, separando devidamente alimentos cozinhados dos não cozinhados, se forem cumpridas as regras de higiene pessoal dos manipuladores, bem como controlando o seu estado de saúde; evitar a manipulação desnecessária.
   Como podem perceber por esta publicação, são várias as bactérias que podem por em causa a segurança de um alimento e por sua vez a nossa saúde, as bacterias que dei a conhecer foram apenas algumas e considero que é assustador pensar que um alimento pode conter uma bactéria, mas os responsáveis pelo manuseamento, confecionamento de um alimento, estão cada vez mais consicentes que é necessário formação e conhecer os perigos que podem advir de uma má pratica alimentar, por isso, considero que cada vez mais é seguro tomar uma refeição sem estarmos a pensar se a nossa saúde vai ser posta em causa ou não.

Na proxima publicação vou falar um pouco sobre a importancia da higienização.

Até à proxima!

Fontes:


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Fontes de Contaminação dos alimentos

   Olá seguidores,
o tema que Hoje vou abordar é sobre as fontes de contaminação dos alimentos, pois é um tema que considero importante dar a conhecer, pois só com conhecimento é que se consegue diminuir as fontes de contaminação. Nesta publicação vou abordar algumas fontes de contaminação, tais como os microrganismos; água; solo; ar e poeiras; superfícies de corte e manipuladores de alimentos.
   A Segurança Alimentar é atualmente um tema inquietante, relacionando-se directamente com o estilo de vida adotado pela sociedade moderna que recorre à alimentação fora de casa. Desta forma, o sector da restauração assume um papel de elevada responsabilidade face aos consumidores, tornando-se necessário existir um conjunto de procedimentos que garantam a não contaminação dos alimentos.
   Desde sempre que os alimentos e os microrganismos estabelecem uma interessante associação. Contudo, dependendo do tipo de microrganismo, esta relação pode resultar em conservação ou contaminação dos alimentos, que se mostram como excelente meio de cultura para o crescimento microbiano.
   Durante toda a cadeia alimentar, do produtor ao consumidor, os microrganismos contaminantes podem infectar os alimentos e por conseguinte a saúde humana. Neste sentido surge uma elevada preocupação por parte da indústria e produtores alimentares bem como pelos responsáveis pela saúde, em "garantir que os alimentos não apresentam perigo para o consumidor quando são preparados e/ou consumidos de acordo com o uso para o qual foram destinados" (Vol.1B - 1997 - Codex Alimentarius).
   No que toca aos microrganismos, estes são a maior preocupação para a Segurança Alimentar. Os microrganismos são seres vivos de dimensões muito pequenas, apenas visíveis ao microscópio. Estão presentes praticamente em toda a natureza (água, solo, ar,pele, tracto digestivo dos animais, superfície de folhas e frutos, etc) e são indispensáveis a todos os processos vitais do planeta. São exemplos de microrganismos: Bactérias, Fungos (leveduras e bolores), Vírus, Algas e Protozoários. Algumas microrganismos são benéficos para o Homem e assumem funções importantes, o problema é a pequena parcela, alguns microrganismos têm a capacidade de desencadear doenças no Homem e nos animais sendo, por isso, denominados de microrganismos patogénicos. Estes organismos, através dos factores de patogenicidade que possuem ou produzem, têm a capacidade de ultrapassar as defesas naturais do hospedeiro (pele, mucosas,etc.), invadir os tecidos e desenvolverem-se, provocando alterações no estado de saúde e consequentemente doenças mais ou menos graves.
   Os microrganismos são seres de natureza ubiquitária com elevada capacidade para subsistir no ambiente. Enquanto meios de cultura ricos, os alimentos podem apresentar variadas espécies microbianas, pelo que diferentes potenciais fontes primárias de contaminação devem ser consideradas.
  • Água - é um elemento indispensável à vida e na área alimentar adquire elevada importância, uma vez que a sua utilização é necessária desde a produção até ao consumo dos alimentos, tornando-se nesse sentido uma potencial fonte de contaminação. Os maiores riscos associados a este bem da natureza  assentam na contaminação directa e/ou indirecta com excrementos de animais, incluindo o Homem, uma vez que o seu intestino é um reservatório natural de microrganismos. Tudo isto torna fundamental o tratamento e manutenção das águas naturais e residuais, no sentido de garantir a integridade da sua qualidade e consequentemente a saúde pública.
  • Solo - é composto por matéria orgânica em diferentes estados de decomposição, por raízes de plantas, por minerais, água, bem como por biomassa. Neste sentido, apresenta-se como um habitat ideal para inúmeros microrganismos, servindo juntamente com a água, por exemplo, de fonte de contaminação de frutos e legumes...
  • Ar e poeiras - principalmente quando humidos, representam uma fonte de contaminação bastante prejudicial em certos locais, nomeadamente nas cozinhas, nos balcões de exposição e na armazenagem.
  • Superfícies de corte e manipuladores de alimentos - as bancadas de preparação de alimentos, as "tábuas", facas e outros utensílios quando mal higienizados, podem ser potenciais fontes de contaminação. Importantes fontes de contaminação são igualmente as cavidades nasais e bocal do homem, e principalmente a sua pele. Isto porque na manipulação dos alimentos, são as mãos que efetuam todo o tipo de tarefas. Devido a práticas de higiene deficientes. quer pelo desconhecimento das mesmas, ou por o manipulador ser portador de doenças, durante a manipulação pode ocorrer contaminação dos alimentos, pondo em risco a saúde dos consumidores. 
   Os alimentos são ecossistemas complexos onde podemos encontrar vários tipos de microrganismos e com funções distintas. Contudo, na higiene e segurança alimentar são os microrganismos patogénicos e os que originam degradação que causam maior preocupação, devido à sua capacidade de provocar doenças.  Nomeadamente:
  • Bactérias - dentro dos microrganismos patogénicos, algumas bacterias em particular assumem um papel relevante ao serem as principais causadoras de distúrbios na saúde, associadas ao consumo de alimentos contaminados. As baterias são organismos procariotas, unicelulares e apresentam grande diversidade morfologica. Exemplos de bacterias patogénicas: Bacillus Cereus ; Brucella spp. ; Clostridium botulinum ; Clostridium perfringens ; Escherichia coli ; Listeria monocytogenes ; Salmonella spp. ;Staphylococcus aureus ...
  • Bolores - são fungos pluricelulares, que quando associados, são vistos a olho nu sobre os alimentos. A maior preocupação relativa a estes microrganismos é a sua capacidade de produção de micotoxinas como as aflotoxinas, produzidas pela espécie Aspergillus spp.
  • Leveduras - são fungos unicelulares de pequenas dimensões e estão mais associadas aos casos benéficos na sua relação com os alimentos. Podem ser úteis quando utilizadas no fabrico de iogurtes, dos queijos, etc. Contudo, podem intervir frequentemente como agentes de contaminação e degradação dos produtos alimentares, principalmente dos acidificados, açucarados e alcoolizados, provocando mesmo a sua putrefação. 
  • Vírus - de dimensão inferior à das bactérias, apresentam-se como parasitas intracelulares obrigatórios, necessitando assim da maquinaria e metabolismo do hospedeiro para se multiplicarem. Assim, estes microrganismos não se multiplicam  em alimentos, utilizando-se apenas como veículos de transmissão. Apesar de não ser pratica corrente a sua pesquisa em alimentos, os vírus podem ser encontrados em: peixe e moluscos (como berbigão, mexilhão, ostras, ou ameijoas) provenientes de águas contaminadas; Frutos e vegetais (contaminados através do uso de excrementos humanos como fertilizantes); Água. 
  • Protozoários - são seres eucariotas unicelulares, apresentando ausência de parede celular e clorofila. Alguns movem-se por meio de cílios ou flagelos e são habitualmente abundantes em águas paradas. Os distúrbios alimentares provocados por estes parasitas são muito menos frequentes do que os de origem bacteriana. 
   Como podem ler ao longo desta publicação, existem diversas fontes de contaminação dos alimentos e algumas são mais prejudiciais que outras para a saúde do consumidor, mas mesmo que algumas não sejam tão prejudiciais é necessário toda a atenção e cuidado ao manusearmos um alimento e ao servirmos um alimento, as regras de higiene tem que ser sempre cumpridas e é necessário conhecer bem quais os riscos que existem se estas não forem cumpridas e quais as principais fontes de contaminação dos alimentos.
  As bactérias não “andam” sozinhas, são levadas de um local para outro através das mãos, vestuário, equipamento e utensílios. Deste modo, deve haver o cuidado de:
  •  Manipular o menos possível os alimentos;
  •  Usar pinças ou luvas sempre que se justifique;
  •  Evitar o contacto directo das mãos com os alimentos;
  •  Separar alimentos crus dos alimentos cozinhados;
  •  Separar os alimentos de origem animal dos vegetais;
  •  Não utilizar a mesma faca ou a mesma tábua de corte para a preparação de alimentos crus e cozinhados;
  •  Cozinhar bem os alimentos;
  • Manter os alimentos fora da zona de perigo (entre 5 º e 65 ºC);
  • Evitar o contacto dos alimentos com os equipamentos, utensílios ou superfícies de trabalho que se encontrem sujas;
  • Limpar e desinfectar o equipamento, utensílios e superfícies de trabalho após a sua utilização.
   Mantenha um bom nível de higiene pessoal, vigie o seu estado de saúde e respeite as boas práticas de higiene.

   No caso do Tivoli Marina de Vilamoura, posso afirmar que é um estabelecimento hoteleiro que se preocupa e não admite falhas em termos de Segurança Alimentar, o bem do cliente é o seu principal objetivo e por isso o responsável pelo departamento de alimentação anda sempre a "vigiar" os manipuladores de alimentos.
   
   Como considero esta área importantíssima, a próxima publicação vai abordar as principais bactérias causadoras de contaminação dos alimentos.

Até à próxima!

Fontes:

terça-feira, 20 de maio de 2014

Desenvolvimento de um plano HACCP



   





   Olá seguidores,
 como podem ver pelo título da publicação, vou continuar a falar do sistema HACCP, mais propriamente, o desenvolvimento de um plano HACCP.
   Como tenho referido ao longo deste estágio, adoro a área da segurança alimentar, então, falar aqui neste pequeno espaço sobre uma das áreas que mais gosto, dá certo gosto e quero dar - vós a conhecer esta temática para que assim, fiquem a gostar, tal como eu gosto, desta área magnífica que é a segurança alimentar.
   Quando vamos tomar o pequeno almoço fora das nossas casas, o almoço, o lanche ou o jantar, não temos consciência que antes de uma refeição chegar à nossa mesa, a refeição passa por um longo processo, que é rigoroso, desde a colheita de um alimento até à sua confecção é necessário muita atenção, muitos cuidados, para que a saúde da pessoa que vai consumir a refeição não seja posta em causa e o surgimento do HACCP veio fazer com que os estabelecimentos que servem refeições e mesmo aquelas empresas que cultivam determinados alimentos, sejam rigorosos, para que um alimento nunca ponha em causa a saúde de outrem.
   O conceito HACCP é relevante em todas as etapas da cadeia alimentar, desde o cultivo, colheita, processamento, fabricação, distribuição e comercialização, até à preparação dos alimentos pelo consumidor. Certos pontos nessa cadeia são, no entanto, mais adequados para aplicação dos princípios HACCP.
   Para que a aplicação do HACCP seja o melhor possível, os responsáveis pela implementação, devem ser formados adequadamente em relação aos seus princípios, aplicação e implementação. A implementação do sistema HACCP, exige pré requisitos.Por um pré-requisito, entende-se o conjunto de procedimentos que controlam as diversas condições operacionais numa empresa alimentar, estando diretamente relacionados com todos os meios envolventes ao processamento dos produtos alimentares (DL nº 67/98 de 18 de Março, alterado pelo D.L nº 425/99 de 21 de Outubro).
  Os pré requisitos dividem-se a nível de: Instalações (as instalações onde normalmente se procede à criação/elaboração da matéria-prima deverão assegurar um conjunto de premissas); Equipamentos (no processamento alimentar torna-se necessário recorrer a diversos equipamentos. Todo o equipamento  deve ser construído e instalado de acordo com os princípios de higiene. Devem estar estabelecidos e documentados programas de manutenção preventiva e de calibração que garantam à partida o seu correto funcionamento. Estes devem respeitar um conjunto de premissas - devem localizar-se de forma a satisfazer o uso pretendido, facilitando a sua manutenção, higienização e monitorização; a concepção destes deve assegurar uma fácil manutenção, limpeza, desinfecção e monitorização; os materiais que os constituem devem ser resistentes, com partes movíveis /amovíveis, permitindo uma higienização adequada; a manutenção dos equipamentos em bom estado de conservação deve ser assegurada, permitindo a redução ao mínimo de qualquer risco de contaminação dos alimentos e a segurança e salubridade dos géneros alimentícios.); Matérias-primas (todas as matérias-primas só devem ser adquiridas após prévia seleção de fornecedores, acompanhados da respectiva ficha técnica onde é vital a referencia às especificações exigidas, tais como ingredientes, características do produto e materiais de embalagem. Periodicamente é pertinente solicitar o respectivo boletim analítico, bem como efetuar auditorias com frequência aos fornecedores de forma a avaliar o cumprimento dos programas de boas práticas de higiene / fabrico e de segurança alimentar.) Resíduos e abastecimento de águas (apenas água deve ser utilizada no manuseamento e processamento dos alimentos. Os resíduos alimentares deverão ser colocados em contentores destinados para o efeito e estarem sempre fechados, bem como sujeitos a limpeza e desinfecção periódica) ; Transporte  (devem ser tomadas medidas apropriadas, tais como o controlo da temperatura, humidade e outras, para eliminar os potenciais perigos que podem ocorrer durante o transporte), por fim, o Pessoal (boas práticas de higiene, todo o pessoal deve conhecer as boas práticas, as ações de formação ministradas a todos os funcionários são de grande relevo, devendo proceder-se ao seu registo no manual de Boas Práticas de Higiene).


  • Desenvolvimento do plano de HACCP: no desenvolvimento do plano, antes da aplicação dos princípios do HACCP a um produto ou a um processo, há que ter em conta:
    • Formação da equipa do HACCP;
    • Descrição do produto e método de distribuição;
    • Identificação do uso específico e dos consumidores;
    • Desenvolvimento de um diagrama de fluxo; 
    • Verificação do fluxograma de produção; Listar todos os perigos associados a cada etapa e considerar as medidas preventivas de controlo de perigos (Princípio 1);
    • Aplicar a árvore de decisão HACCP a cada etapa (Princípio 2);
    • Estabelecer limites críticos para as medidas preventivas associadas a cada PCC (Princípio 3);
    • Estabelecer os requisitos de controlo (monitorização dos PCC e os procedimentos para utilização dos resultados da monitorização para ajustar o processo e manter o controlo (Princípio 4);
    • Estabelecer ações corretivas para o caso de desvios aos limites críticos (Princípio 5);
    • Estabelecer procedimentos de verificação do Plano HACCP (Princípio 6);
    • Estabelecer procedimentos de verificação para aferir se o plano HACCP está a funcionar adequadamente (Princípio 7).
  Como podem perceber, o desenvolvimento de um plano HACCP não é fácil, não se faz do dia para a noite. É preciso conhecer bem o HACCP, saber bem o que queremos fazer, é preciso uma boa equipa, com formação na área para que o desenvolvimento do plano decorra na perfeição, sempre que algo não está bem é necessário analisar o que esta ocorrer para que o plano não esteja a ser bem desenvolvido.
   O Técnico de Saúde Ambiental é um profissional que ao longo da sua vida académica aprende o que é o HACCP e a desenvolver um plano HACCP, por isso, na próxima publicação, vou falar do HACCP enquanto perspectiva de TSA.


Fontes:



 

domingo, 18 de maio de 2014

Workshop - Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água

  


 Olá seguidores,
o tema desta publicação é sobre um workshop que tive a oportunidade de assistir no passado dia 16/05/2014. Este workshop teve como tema a "Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água" e decorreu na AHETA (associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve) em Albufeira.
   O programa era diversificado e contou com a presença de diversos oradores e alguns conhecia pessoalmente.
   Os temas abordados e seus oradores foram:
  • Programa Regional de Prevenção da Doença dos Legionários, nas suas três vertentes - Clínica, Analítica e Epidemiológica   - Joaquim Bodião e Alexandra Monteiro - Departamento de Saúde Pública e Planeamento;
  • A Legionella e risco de saúde pública - Teresa Marques - Consultora da Direção Geral de Saúde;
  • Amostragem e análise de Legionela em sistemas de água - Raquel Rodrigues e Carla Coelho - Instituto Nacional de Saúde, Dr. Ricardo Jorge;
  • Legionella em ambientes aquáticos - Joana Costa - Centro de Neurociências e Biologia Celular e Professora Auxiliar do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra;
  • Medidas de prevenção de Legionella em sistemas prediais - O caso da hotelaria - Pedro Cristino - Penina Hotel & Golf Resort;
  • Medidas de Prevenção de Legionella em Hotelaria - André Travancas - Adiquímica;
  • Riscos da Legionella em piscinas e jacúzis - Paulo Diegues - Direcção Geral da Saúde;
  • Apresentação do Guia da CA04/IPQ "Prevenção e Controlo de Legionella nos sistemas de água" - Ana Luísa Fernando - UNL/FCT. 
   Como podem ler, os temas eram diversificados mas iam todos de encontro ao tema da Legionella.
   Em termos pessoais, gostei muito de ir, tive a oportunidade de rever amizades, conhecer pessoas novas mas acima de tudo, aprofundei conhecimentos sobre a Legionella.
   "A Legionella é uma bactéria que acompanha a vida profissional de um Técnico de Saúde Ambiental mais propriamente quando este trabalha num serviço de saúde pública, por isso é importante saber mais e melhor sobre esta bactéria pois assim é muito mais fácil cuidar da saúde pública. 
   Mas o que é a Legionella, perguntam vocês?  A Legionella é uma bactéria e existem diversas espécies de legionella. As bactérias Legionella encontram-se em ambientes aquáticos naturais e também em sistemas artificiais, como redes de abastecimento/distribuição de água, redes prediais de água quente e água fria, ar condicionado e sistemas de arrefecimento existentes em edifícios, nomeadamente em hotéis, termas, centros comerciais e hospitais. Surgem em fontes ornamentais e tanques recreativos, como por exemplo jacuzzis. São conhecidas cerca de 47 espécies de Legionella sendo a Legionella pneumophila reconhecida como a mais patogénica.
   A exposição a esta bactéria pode provocar uma infecção respiratória, atualmente conhecida por Doença dos Legionários, assim chamada porque a seguir à Conveção da Legião Americana em 1976, no hotel Bellevue Stratford, Filadélfia, 34 participantes morreram e 221 adoeceram com pneumonia.
   A infecção transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada, aerossóis, de dimensões tão pequenas que veiculam a bactéria para os pulmões, possibilitando a sua deposição nos alvéolos pulmonares. A ingestão da bactéria não provoca infecção. nem se verifica o contágio de pessoa para pessoa. A doença atinge em especial adultos, entre os 40 e 70 anos de idade, com maior incidência nos homens. Os fumadores, pessoas com problemas respiratórios crónicos, doentes renais e de um modo geral imunodeprimidos têm maior probabilidade de contrair esta doença. Os sintomas incluem febre alta, arrepios, dores de cabeça e dores musculares. Em pouco tempo aparece tosse seca e, por vezes, dificuldade respiratória, podendo nalguns casos desenvolver-se diarreia e/ou vómitos.
   A doença tem ocorrido sob a forma de casos esporádicos ou de surtos epidémicos, em particular no verão e outono, com maior expressão em zonas turísticas. 
   Em Portugal a doença foi detetada pela primeira vez em 1979, pertence à lista das Doenças de Declaração Obrigatória (DDO). Desde 2000 até final de 2010 foram notificados 658 casos, predominantemente associados a alojamentos em unidades hoteleiras.

   Fatores que favorecem o desenvolvimento da bactéria:
  •  Temperatura da água entre 20ºC e 45ºC, sendo a ótima entre os 35ºC e 45ºC;
  • pH entre 5 e 8;
  • Humidade relativa superior a  60%;
  • Zonas de reduzida circulação de água (reservatórios de água, torres de arrefecimento, tubagens de redes prediais, pontos de extremidade das redes pouco utilizadas, etc); 
  •  Presença de outros organismos (e.g. algas, amibas, protozoários) em águas não tratadas ou com tratamento deficiente;
  • Existência de um biofilme nas superficies em contacto com a água;
  • Processos de  de corrosão ou incrustação;
  • Utilização de materiais porosos e de derivados de silicone nas redes prediais, que potenciam o crescimento bacteriano".

   Para terminar, aconselho a todos as pessoas que vão a hotéis ou a qualquer outro empreendimento turístico, antes de tomarem o duche, devem ligar a água durante uns 5 a 10 minutos, para que a água estagnada saia e comece a circular água nova.
   Por fim, digo mais uma vez, que gostei muito de ir a este workshop pois para além de aprofundar conhecimentos, fiquei a saber ainda mais informações sobre esta bactéria que é tão usual na vida de um técnico e que cria um certo fascínio para quem lida e a conhece.


Fonte:
  • Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de água - Instituto Português da Qualidade em parceria com a EPAL  - 2ª Edição 2014
  

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Os 7 princípios do HACCP

  


 Olá seguidores, 
como podem ver pelo título da publicação, vou continuar a abordar a temática do HACCP, desta vez, vou falar dos 7 princípios do HACCP
   Os princípios tem um sentido, para se chegar aos 7 foi preciso realizar estudos, foram profunda e detalhadamente estudados pela indústria e agências governamentais e, em geral, os conceitos foram aceites. Entretanto, com a discussão do assunto em várias reuniões, cursos e seminários, a utilidade da avaliação do perigo microbiológico, incluída como parte da descrição do princípio 1, foi questionada. A avaliação do perigo consistia na classificação do alimento de acordo com características gerais de risco, para depois enquadrá-lo numa categoria. Os problemas incluíam diferenças de interpretação das características gerais dos fatores de risco, além do facto  de que não havia uma ligação direta entre o Principio 1 (análise de perigos) e o Princípio 2 (determinação dos pontos críticos de controlo).
   Consequentemente, o Comitê de Higiene dos Alimentos do Codex Alimentarius formou um grupo de trabalho para estudar o tema HACCP. Este grupo de trabalho elaborou um relatório sobre a utilização do HACCP, no qual se efetuava uma abordagem diferente para a aplicação dos princípios. Essa abordagem incluía uma análise dos perigos, a sua identificação e as medidas preventivas (Princípio 1), além da recomendação para aplicação de uma série de perguntas denominadas como "Árvore de Decisão do HACCP" para determinar os PCCs (Princípio 2).
   Em 1991, o NACMCF recolocou o Grupo de Trabalho HACCP numa revisão do relatório de Novembro de 1989. Nessa altura, o Grupo de Trabalho preparou um novo documento incluindo modificações aos sete princípios do HACCP. As modificações mais importantes foram as que se introduziram nos Princípios 1 e 2, com base nas recomendações do Codex Alimentarius. O NACMCF adotou então um novo documento, chamando--lhe "Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo", em 20 de Março de 1992. Nesse documento, estabelece-se que o HACCP é um método sistemático para a inocuidade dos alimentos, que consiste em 7 principios.
  Os 7 principios são:
  1. Identificar os perigos e medidas preventivas - identificar quaisquer perigos que devam ser evitados, eliminados ou reduzidos para níveis aceitáveis;
  2. Identificar os pontos críticos de controlo -  (PCC) na fase ou fases em que o controlo é essencial para evitar ou eliminar um risco ou para reduzir para níveis aceitáveis;
  3.  Estabelecer limites críticos para cada medida associada a cada PCC - que separem a aceitabilidade da não aceitabilidade com vista à prevenção, eliminação ou redução dos riscos identificados;
  4. Monitorizar/controlar cada PCC - estabelecer e aplicar processos eficazes de vigilância em pontos críticos de controlo.
  5.  Estabelecer medidas corretivas para cada caso de limite em desvio - estabelecer medidas correctivas quando a vigilância indicar que um ponto crítico não se encontra sob controlo;
  6.  Estabelecer procedimentos de verificação - estabelecer processos, a efetuar regularmente, para verificar que as medidas referidas nos princípios de 1 a 5 funcionam eficazmente;
  7. Criar sistema de registo para todos os controlos efetuados -  Elaboração de documentos e registos adequados à natureza e dimensão das empresas, a fim de demonstrar a aplicação eficaz das medidas referidas nos princípios 1 a 6.

   Fontes:
  • HACCP - Análise de riscos no processamento alimentar (2ª Edição) - de José Pinto, Ricardo Neves com a colaboração especial do Prof. Doutor João Matias. - Publindústrias, Edições Técnicas - Porto.
  • ASAE - Os 7 Princípios;
  • GrupoEnge - 7 Pirncipios do HACCP.

Origens do HACCP

   Olá seguidores,
como prometido, Hoje vou falar das origens do HACCP e digo já que é uma origem muito interessante.
   "O sistema HACCP foi inicialmente concebido pela NASA com a finalidade de garantir a qualidade e higiene da alimentação destinada aos astronautas do programa Apollo, tendo sido posteriormente desenvolvida e adotada pela FDA (Food and Drugs Administration), como sistema de segurança alimentar.
   Inicialmente houve um grande interesse neste novo método para garantir a inocuidade dos alimentos. A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos da América (U.S Food and Drug Administration) começou a formar os seus inspetores na aplicação do HACCP e determinou a realização de inspeções especiais em instituições produtoras de alimentos, utilizando a nova metodologia. O assunto foi ainda discutido em várias reuniões científicas no território americano, incluindo um simpósio especial durante a reunião anual de 1974 do Instituto de Tecnologias de Alimentos (IFT).
   Durante a década de 70 a FDA elaborou um conjunto de normas para os alimentos enlatados de baixa acidez e/ou acidificados. Se é bem verdade que a sigla HACCP não aparece explicitamente, é evidente que o mesmo foi elaborado com base nos seus conceitos. No entanto, depois desse grande interesse inicial pelo assunto, o tema HACCP saiu de uso.
   O interesse pelo tema voltou a aumentar em 1985, quando o Comité de Protecção de Alimentos da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos da América (Nacional Academy of Sciences, NAS) publicou um relatório sobre critérios microbiológicos. Nesse relatório, o Comitê de proteção de Alimentos recomendava às agências federais de controlo e às indústrias transformadoras de alimentos que utilizassem o HACCP, já que essa era a forma mais efetiva e eficiente de garantir a inocuidade dos alimentos.
   O sistema de Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos (HACCP) tem na sua base uma metodologia preventiva, com o objetivo de poder evitar potenciais riscos que podem causar danos aos consumidores, através da eliminação ou redução de perigos, de forma a garantir que não estejam colocados, à disposição do consumidor, alimentos não seguros".

Fontes:

terça-feira, 13 de maio de 2014

HACCP - O que é?

  




   Olá seguidores,
o tema que Hoje vou falar é um tema que a maioria das pessoas já conhece e também é um tema que já há muito esperava abordar, pois deste o inicio do estágio que disse que a área que mais gosto é a de Segurança Alimentar e como tal esperava abordar várias vezes ao longo do estágio, mas só agora foi possível. O tema que trago hoje é sobre o HACCP.

   Em primeiro lugar, o que é o HACCP? "HACCP da sigla em inglês para Hazard Analysis Critical Control Points, traduzindo para português: Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo - é um sistema preventivo que procura a produção de alimentos inócuos. Baseia-se na aplicação de príncipios técnicos e científicos na produção e manipulação dos alimentos, desde o campo até à mesa do consumidor. Os princípios do HACCP são aplicáveis a todas as fases da produção de alimentos, incluindo a agricultura, a pecuária, a industrialização e manipulação dos alimentos, os serviços de alimentação colectiva, os sistemas de distribuição e na utilização do alimento pelo consumidor.
   Lemos (1999) considera a metodologia HACCP, como um processo que certifica a segurança dos alimentos pela identificação dos pontos críticos de controlo e por uma eficiente monitorização dos mesmos. Caso exista uma falta de controlo, desta poderá resultar um risco significativo para a saúde dos intervenientes. O objectivo desta metodologia é o de identificar potenciais perigos, controlá-los e corrigi-los antes que a etapa seguinte seja afectada.
   O conceito básico destacado pelo HACCP é a prevenção e não a inspecção do produto final. Os agricultores, as pessoas incumbidas da manipulação e distribuição e o consumidor devem possuir toda a informação necessária sobre o alimento e os procedimentos relacionados com o mesmo, pois só assim poderão identificar o lugar onde a contaminação pode ocorrer e a forma de evitá-la. Se o "onde" e o "como" são conhecidos, a prevenção torna-se simples e objectiva, e a inspecção e as análises laboratoriais passam a ser apenas mera rotina.
   A finalidade é, além da elaboração do alimento de forma segura, comprovar, através de documentação técnica apropriada, que o produto foi produzido em segurança. O "onde" e o "como" são representados pelas letras HA (Análise de Perigos) da sigla HACCP.  As provas de controlo do fabrico dos alimentos recaem nas letras CCP (Pontos Criticos de Controlo). Partindo-se desse conceito, HACCP é nada mais que a aplicação metódica e sistemática da ciência e tecnologia para projectar, controlar e documentar a produção segura de alimentos.
   Uma definição prática HACCP deve destacar que este conceito abrange todo o tipo de fatores de risco ou perigos potenciais à inocuidade dos alimentos - biológicos. químicos e físicas - sejam os que ocorrem de forma natural no alimento, no ambiente, ou sejam decorrentes de erros no processo de fábrica.
   Enquanto os perigos químicos são os mais temidos pelos consumidores e os perigos físicos são os mais  facilmente identificados, os perigos biológicos são os que acarretam problemas mais graves, do ponto de vista de saúde pública. Por esta razão, ainda que o sistema HACCP trate dos três tipos de perigo, os perigos biológicos devem ser abordados em maior detalhe".

  • Fonte: HACCP - Análise de riscos no processamento alimentar (2ª Edição) - de José Pinto, Ricardo Neves com a colaboração especial do Prof. Doutor João Matias. - Publindústrias, Edições Técnicas - Porto
   Depois desta explicação do que é o HACCP, nas próximas publicações vou falar das origens do HACCP; Os sete princípios do HACCP; Desenvolvimento de um plano HACCP e por fim, o papel do TSA no desenvolvimento do HACCP.

   Até à próxima.

sábado, 10 de maio de 2014

Higiene e Segurança Pessoal

  



 Ola seguidores,
o tema que vou abordar hoje é relacionado com a Higiene e Segurança Pessoal, das pessoas que lidam diariamente com produtos químicos e seu armazenamento. Como é que elas se podem proteger, o que fazer em caso de contaminação da pele, contaminação dos olhos, ingestão ou inalação de produtos químicos.
   No que diz respeito ao armazenamento de produtos, a boa ordem e limpeza do armazém está diretamente relacionada com procedimentos corretos e seguros. A deficiente ordem e limpeza do armazém não só indica procedimentos incorretos como também origina uma manipulação insegura. 
   As boas normas de higiene devem ser mantidas, limpando de forma regular e sistemática os pavimentos e prateleiras utilizando, de preferência, um aspirador industrial. Devem ser proporcionadas instalações sanitárias aos empregados, bem como locais separados para o consumo de alimentos e bebidas. Lavar as mãos antes de comer, beber ou fumar e repetir a mesma ação depois.

  •    Equipamento de proteção individual: o pessoal do armazém deve receber roupa de trabalho e luvas de proteção, que devem ser sempre usas inclusive no manuseamento de embalagens intactas. As pessoas que manipula produtos químicos derramados têm de estar protegidas de forma adequada contra a exposição a produtos químicos. Para tal fim, o equipamento de proteção tem de estar sempre disponível no local. O equipamento de proteção inclui: luvas impermeáveis; botas de borracha; avental de PVC; viseiras ou óculos e máscara respiratória protetora de pós e vapores. 

  • Primeiros socorros: há que providenciar um estojo de Primeiros Socorros. Um cartaz claramente visível deve indicar a localização do estojo e fornecer os conselhos básicos sobre os primeiros socorros, assim como números de telefone em caso de emergência.
    • Contaminação da pele: qualquer contaminação acidental da pele tem de ser imediatamente lavada com água e sabão. A roupa contaminada (incluindo o calçado) tem de ser retirada e lavada antes de ser novamente utilizada. Qualquer contaminação grave, tem que ter uma rápida assistência médica. A ficha de dados do produto deve acompanhar o paciente na visita ao médico ou hospital
    • Contaminação dos olhos: toda a contaminação dos olhos tem de ser seguida de uma rápida e cuidadosa lavagem utilizando uma solução de colírio ou água limpa corrente durante 10 minutos. Em qualquer caso, recomenda-se a assistência médica ou hospitalar. A utilização de uma solução mal preparada ou mal  conservada pode prejudicar os olhos, pelo que se deve renovar frequentemente a solução (pelo menos em cada 3 meses).
    • Inalação / Ingestão: a ingestão acidental de produtos fitofarmacêuticos tem de ser tratada imediatamente por um médico ou hospital. Se houver suspeita de inalação de pós e vapores, o procedimento deve ser o mesmo.
   
   Quando se manuseia produtos químicos é importante ter atenção a tudo o que nos rodeia, qualquer descuido pode significar um derrame de produto e causar problemas para a saúde do indivíduo e quando ocorrer algum problema se não souber o que fazer chame sempre o 112.

Fontes:
  

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Armazenamento de Produtos Químicos





  Olá seguidores,
o tema que vos trago Hoje é sobre a Localização e Armazenamento de Produtos Químicos, pois o local onde estes são armazenados é um dos pontos mais importantes para que a segurança de quem os manuseia e das pessoas que vivem junto do local de armazenagem de produtos, como é o caso de habitações perto de zonas industriais, não corram riscos.
   É importante saber escolher a localização de um armazém ou de um novo armazém. Deve-se evitar sempre a proximidade de casas, escolas, hospitais, áreas hospitalares e zonas densamente povoadas. Deve dar-se preferência a locais isolados ou destinados ao desenvolvimento industrial. Evitar também as zonas propensas a inundações e a áreas utilizadas para a captação de água.
   No caso de armazéns já existirem, deve ser efetuada uma avaliação baseada nas normas existentes, justificando-se assim a continuação ou não, do funcionamento do armazém.
   - Acesso ao local: o acesso ao local tem de proporcionar vias adequadas para o carregamento e descarregamento dos veículos de transporte. Numa situação ideal, o edifício deve estar isolado a uma distância mínima de 10 metros de outros locais que o rodeiam. Quando for provável que a aproximação ao edifício tenha que ser restringida por qualquer razão, a resposta a uma situação de emergência deve ser antecipadamente planeada.
   - Materiais de Construção: Evitar sempre que possível a utilização de materiais combustíveis capazes de contribuir para a difusão de um incêndio.
   - Drenagem: O edifício deve estar situado num local que permita reduzir o risco de água contaminada atinja os cursos de água, as reservas de água subterrânea ou os sistemas de drenagens públicas. Recomenda-se que o sistema de drenagem das águas pluviais seja construído de forma a poder ser rapidamente fechado. O piso da zona de armazenagem nunca deve ter drenagens abertas. isto é essencial  para impedir o escorrimento não controlado de produtos derramados ou da água de extinção contaminada.
   - Ventilação: A zona de armazenagem deve ser bem ventilada. Sempre que possível, recorrer a ventilação natural.
   - Iluminação: Os níveis de iluminação têm que permitir as inspeções rotineiras dos produtos armazenados e fornecer iluminação suficiente para uma fácil leitura dos rótulos dos produtos.
   - Proteção contra os Raios: Todos os armazéns que armazenem produtos químicos, devem estar equipados com um sistema de proteção contra raios.
   - Saídas de emergência: Além das portas principais, devem existir saídas para o caso de emergência. As saídas devem estar claramente sinalizadas e desimpedidas. Devem ser concebidas de forma a serem facilmente abertas a partir do interior.

   Gestão da zona de Armazenagem e Armazém:
      - O gestor de armazém tem a responsabilidade global do armazém. A sua responsabilidade inclui:
               - O manuseamento seguro dos produtos dentro e fora do armazém e a manutenção dos arquivos referentes a tais movimentações.
                - A saúde e a segurança do pessoal.
                - A formação do pessoal.
                - A manutenção das condições adequadas ao armazenamento.
                - A proteção do ambiente.
                - O planeamento dos procedimentos de emergência e Prevenção de incêndios e contacto com as autoridades.

   Recepção e expedição de Produtos Químicos:
  • Durante a recepção no armazém, a identidade, quantidade e etiquetagem das mercadorias têm de ser conferidas com os documentos de transporte. O bom estado das embalagens deve ser verificado. As embalagens danificadas ou com fugas devem ser separadas e tratadas de imediato. Deve existir uma ficha de dados de produto, disponível para todas as mercadorias armazenadas.
   Armazenagem dos Produtos:
  •    Segregação e Separação dos produtos: A segregação significa um armazenamento À parte, em compartimentos diferentes com um muro corta-fogo como barreira; A separação significa um armazenamento à parte, em lugares diferentes do mesmo compartimento utilizando como barreira um espaço, ou um produto não combustíveis.
  • Devido à sua natureza potencialmente tóxica, o armazenamento dos produtos devem ser armazenados por grupos de acordo com a sua categoria de perigosidade, ex: inflamáveis, combustíveis, corrosivos, tóxicos, potencial de oxidação, etc. O principal beneficio destas medidas é minimizar os riscos e as consequências de um possível incêndio.

Fonte:

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Frases de segurança impressas em pacotes de açúcar

  




Olá seguidores,
Hoje  vou dar a conhecer uma excelente iniciativa  que a ACT juntamente com a Delta promoveu.
A ACT e a Delta, promoveram um concurso que consistia em criar 10 frases de segurança relacionadas com os produtos químicos e a utilização de epi´s. As frases vencedoras vão ser impressas em pacotes de açúcar da Delta e vão promover a Segurança dos utilizadores de produtos químicos.

   Deixo a notícia com o objetivo do concurso e as frases vencedoras:

















            Na minha opinião, esta iniciativa da ACT e da Delta é excelente. Dou o meu exemplo, cada vez que vou ao Café tomar café, gosto de ler sempre as frases que estão nos pacotes de açúcar e graças ao facto de os pacotes de açúcar trazerem mensagens e imagens apelativas, deixei de consumir o café com açúcar pois não gosto de rasgar o pacote que tem mensagens ou imagens apelativas e assim, comecei a colecionar pacotes de açúcar e diminui o consumo de açucar no meu dia-a-dia e fico sempre a conhecer novos temas com estas frases. Estou desejosa de fazer a coleção destas 10 frases/pacotes.


Fontes: