Como referi anteriormente, após termos realizado o controlo da água,
nomeadamente o controlo da Legionella, fomos realizar a vigilância da qualidade
da água nas piscinas municipais de São Braz de Alportel.
À autoridade de saúde compete assegurar de forma regular e
periódica, a vigilância sanitária da qualidade da água para consumo humano e
recreativo, assim tendo em conta as competências dos TSA, faz parte realizar as colheitas, com vista a vigilância das piscinas em termos de análise bacteriológica
(superficial e profundidade) e análise química. A vigilância é feita uma vez
por mês.
O material necessário para realizar a colheita de amostra é o
seguinte:
- Frasco de vidro ou polietileno de capacidade adequada (500ml e com tratamento para águas cloradas); esterilizado interior e exteriormente;
- Frasco de mergulho de capacidade adequada (500ml), esterilizado;
- Frasco de polietileno de capacidade adequada (500ml), para amostras para análise química;
- Cordas de algodão ou nylon, esterilizáveis;
- Luvas descartáveis;
- Botas descartáveis;
- Mala térmica;
- Termoacumuladores;
- Fotômetro;
- Termômetro.
Quanto às análises, a análise bacteriológica deve ser efetuada
junto ao rebordo interno da piscina, no ponto mais afastado da entrada de água
da piscina. Existe dois tipos de análise bacteriológica: análise bacteriológica
à superfície e a análise bacteriológica em profundidade.
Relativamente à análise bacteriológica à superfície, os procedimentos a
seguir são os seguintes:
- Colocar luvas esterilizadas;
- Remover a tampa do frasco esterilizado, somente junto à água (a tampa deve ser conservada na mão, segurando-a com a parte inferior voltada para baixo);
- Encher o frasco executando pequenos movimentos circulares e lentos à superfície da água, com o cuidado de manter o frasco bem seguro na mão e sempre voltado para a frente (não se deve encher completamente o frasco, nem enxaguar).
- Retirar o frasco e fechá-lo bem;
- Proceder à identificação da amostra.
- Acondicionar os frascos em mala térmica, aproximadamente a 4ºC;
- Transportar as amostras para laboratório num prazo inferior a 6 horas.
- Ter frasco de mergulho ou frascos normal;
- Colocar luvas esterilizadas;
- Prender as cordas aos dispositivos da armação do frasco, mantendo este dentro da caixa de proteção;
- Retirar a tira de papel que impede a tampa de colar ao gargalo, sem nunca tocar neste (caso se verifique a sua existência);
- Submergir o frasco à profundidade pretendida;
- Acionar a corda de abertura do frasco;
- Depois de o frasco estar cheio, fecha-se o frasco e retira-se com cuidado;
- Segue-se a identificação do frasco;
- Coloca-se o frasco na caixa metálica e acondiciona-se o frasco em mala térmica, a uma temperatura de aproximadamente 4ºC;
- Transporte das amostras para laboratório (nunca transportar as amostras num prazo superior a 6h, pois a amostra deixa de estar nas condições ideais).
Quanto à análise química em profundidade é feita do mesmo modo que a
análise bacteriológica em profundidade.
Na altura da colheita, existem parâmetros a serem determinados logo no
local, como é o caso da determinação do nível de cloro residual, medição da
temperatura da água, medição do pH e o preenchimento da ficha de colheita e identificação
da amostra.
O controlo do pH da água da piscina é essencial para assegurar a eficiência dos processos de coagulação e desinfecção e reduzir a deterioração das componentes do sistema de tratamento, devendo situar-se entre 7,2 e 7,8 no caso de desinfecção com produtos clorados e entre 7,2 e 8,0 no caso de produtos não clorados (WHO, 2006). Valores inferiores a estes podem provocar irritação nos olhos e na pele, enquanto que valores superiores aos recomendados favorecem o aumento da turvação e implicam um maior consumo de desinfectante.
O controlo do pH da água da piscina é essencial para assegurar a eficiência dos processos de coagulação e desinfecção e reduzir a deterioração das componentes do sistema de tratamento, devendo situar-se entre 7,2 e 7,8 no caso de desinfecção com produtos clorados e entre 7,2 e 8,0 no caso de produtos não clorados (WHO, 2006). Valores inferiores a estes podem provocar irritação nos olhos e na pele, enquanto que valores superiores aos recomendados favorecem o aumento da turvação e implicam um maior consumo de desinfectante.
Ficam algumas fotografias:
Colheita de água à superfície |
Colheita de água em profundidade |
Medição do pH e Cloro Residual Livre |
Equipamento necessário: mala térmica; caneta para identificação dos frascos e fotômetro |
Edifício das Piscinas Municipais visto de fora |
Agora o leitor pergunta? Porque devo eu tratar da água da minha piscina?
A resposta é muito simples, se não tratar da água da sua piscina, esta a colocar em risco a sua saúde e a daqueles que a utilizam. Para além disto, deve tratar da água da sua piscina porque:
- Mantém a beleza e a cristalinidade da piscina;
- Evita a proliferação de algas na piscina;
- Mata bactérias e outros microrganismos causadores de doenças que podem ser transmitidas através do uso da piscina;
- Eliminar odores desagradáveis da piscina;
- Remover toda matéria orgânica e inorgânica que possa estar a contaminar a água da piscina, como folhas, urina, suor, bronzeador e etc…
Para tomar mais consciência do perigo que correm, dou a conhecer algumas doenças que pode apanhar ao entrar em contato com água não própria para fins recreativos:
- Gastroenterite;
- Sarna;
- Conjuntivites;
- Infecções ao nível da pele;
- Otites;
- Dermatoses;
- Micoses ...
Fonte:
- Decreto-Lei n.º 306/2007 de 27 de Agosto - relativo à qualidade da água destinada ao consumo humano.
- Ministério da Saúde Administração Regional de Saúde do Algarve - Departamento de Saúde Pública - Procedimentos de Colheita de amostra de água piscina.
- Sistema de manutenções (Piscina e Jardim) - Porque tratar a água de piscina ;
- Tratamento de água em piscinas - DUARTE, António A. L. Sampaio ; VASCONCELOS, José L. C. - Tratamento da água de piscinas públicas. In VIEIRA, J. P. ; MATOS, J. S., ed. lit. - “Planeamento estratégico em águas e resíduos : actas do Encontro Nacional de Saneamento Básico, 12, Cascais, Portugal, 2006” [CD-ROM]. Cascais : APESB, 2006. ISBN 978-972-95302-8-9.
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