Primeira semana de
estágio. Nem dei por ela passar, passou num abrir e fechar de olhos, isto
significa que quando gostamos do que se faz, nem damos pelo tempo passar e foi
o que aconteceu. Em apenas uma semana, muito fiz e aprendi.
Na segunda-feira (30 de
Setembro) foi o primeiro dia de estágio. Tal como combinado, às 9h00 da manhã
estava no Centro de Saúde e dirigi-me ao gabinete da Dr.ª Rosário e mutuamente
nos apresentamos. A Dr.ª Rosário foi muito simpática e fez uma apresentação de
como funciona o Centro de Saúde, quais as divisões que existem, bem como os
funcionários, de seguida, foi tempo de conhecer os “cantos da casa” e
apresentou-me todos os colegas e funcionários que se cruzavam por nós.
Após a visita ao Centro
de Saúde, fomos para o gabinete e a Dr.ª deu-me a conhecer alguns documentos
relativos aos programas que se faz no Departamento de Saúde Pública,
nomeadamente o Programa Revive e o Programa de Vigilância Sanitária das Zonas
Balneares.
Como o trabalho não se
faz sozinho, após todas as apresentações, começou-se a trabalhar e fez-se a estatística dos Resíduos do Grupo III e IV relativo ao mês de Setembro. No dia
seguinte (terça-feira) continuou-se a realizar a estatística dos resíduos e
deslocamo-nos ao Centro de Saúde de Faro para conhecer o responsável pelo ACES
Central, mas não se encontrava no local.
Quarta-feira foi um dia muito produtivo, fomos realizar o
Programa de Prevenção de Doenças transmitidas por Artrópodes no Concelho de
Olhão.
“Este Programa constitui uma ferramenta, com vista a
proteção da saúde pública, na vertente prevenção de doenças transmitidas por
vetores artrópodes, mosquitos em particular. Faz o enquadramento da região do
Algarve no contexto das doenças emergentes ao nível europeu. O Programa integra
uma rede de vigilância de vetores, designadamente o REVIVE- Programa Nacional
de Vigilância de Vetores Culicídeos (este programa é colocado em prática entre
os meses de Maio e Outubro). O fenómeno das alterações climáticas, coadjuvado
com o fenómeno da globalização (facilidade no intercâmbio de mercadorias,
plantas exóticas, animais de companhia e pessoas), tem determinado a
distribuição geográfica de algumas espécies, a qual tem sido alterada de forma
significativa. Espécies de mosquitos, que se pensavam confinadas a climas
tropicais e sub-tropicais, quando transportadas acidentalmente para climas
temperados, de que é exemplo Portugal, poderão aí encontrar condições
favoráveis ao seu desenvolvimento e proliferação. A ocupação de novas áreas por
potenciais espécies vetoras deve ser sempre considerada sobretudo devido às
provas já existentes, como a introdução das espécies Aedes albopictus e Aedes
aegypti na Europa.
Identificar
espécies de insetos presentes na região – autóctones e invasoras;
·
Determinar o nível de infeciosidade por arbovírus;
·
Controlar populações de insetos (minimização de risco
de doença);
·
Emissão de alertas;
·
Ativação de Plano
de Contingência.
O ciclo de vida destes vetores
é constituída por duas fases: A primeira fase corresponde à fase aquática –
ovos, larva e pupa e depois, a fase aérea, correspondente ao mosquito adulto,
como se pode observar na figura:
Ciclo de vida do mosquito |
Os fatores essenciais para a
existência de mosquitos é a água e a temperatura. A água é fundamental, pois é
o meio pelo qual se completa o seu ciclo evolutivo. As acumulações de água que constituem criadouros requerem estagnação e quietude, por forma a não
inviabilizar as posturas de ovos, assim, as zonas com agitação/turbulência não
são criadores competentes de mosquitos. Relativamente à temperatura, o
intervalo entre os 25ºC e os 30ºC corresponde ao desenvolvimento mais rápido,
assim, nas épocas de Primavera e Verão a população de mosquitos aumenta. As
larvas de mosquitos são mais friorentas e não sobrevivem a temperaturas entre
os 5ºC e os 8ºC, mas os ovos de mosquitos tem uma grande capacidade de
resistência a longos períodos de dissecação e a temperaturas extremas que
poderão compreender entre cerca de -5ºC e os 48ºC.
Quanto aos seres humanos, a
melhor prevenção individual da picada que existe é o uso de repelentes, evitar frequentar locais entre o entardecer e
o amanhecer pois é quando os “queridos” mosquitos gostam mais de picar, o uso de
vestuário protetor, instalação de redes mosquiteiras nas portas e janelas bem
como a aplicação de inseticidas domésticos nas habitações.
Quando se faz a apanha de mosquitos, utiliza-se dois tipos de
armadilhas: o CDC ligth-trap e Gel Seco (Co2).
A grelha utilizada para determinar a presença ou não de larvas
é a seguinte:
Grelha de Monitorização de prevenção de Artrópodes |
A monitorização/prevenção foi efetuada em oito locais. A visita
aos locais de monitorização foram efetuadas juntamente com a AmbiOlhão (empresa
relacionada com o ambiente), com dois responsáveis das Águas do Algarve( que
são também responsáveis pela ETAR), com um Técnico Operacional (faz a colheita de mosquitos e a
desbaratização, quando necessário) e a visita contou como é óbvio, com a
técnica de Saúde Ambiental ainda dois estagiários (a minha pessoa e o meu
colega Miguel Palma que se encontra a estagiar no Centro de Saúde de Faro).
O resultado desta monitorização foi significativa, visto
que nalguns lugares encontrou-se um
número elevado de pupas. Ficam algumas imagens:
Senhor Vitor a explicar o ciclo de vida dos mosquitos |
Momento de descontração |
Resultado da apanha: pupas e larvas |
Pupas e Larvas |
Na captura das pupas e larvas |
Miguel a monitorizar a presença de pupas
Quinta-feira, foi dia de fazer um levantamento de empresas que tinha
como objetivo a vigilância da
organização e funcionamento dos serviços de saúde do trabalho nas empresas e
verificação de boas práticas de saúde ocupacional nas empresas, através de
visitas. Assim, fez-se um levantamento de 15 empresas que existem no Concelho de Olhão e depois
escolhe-se uma. Quem vai fazer esta vigilância é o Delegado de Saúde do ACES Central (Dr. Joaquim Bodião) conjuntamente com uma Técnica de Saúde Ambiental (Drª Sara Campos) que está nomeada pela Unidade de Saúde Pública do ACES Central, para integrar a equipa de Saúde Ocupacional.
A sexta-feira foi dedicada à
Avaliação das condições Higio-Sanitárias em Piscinas. Fez-se a avaliação em
apenas uma piscina, visto que a outra era de água fria e assim já se encontrava encerrada para férias.
A piscina onde se fez a avaliação, localiza-se numa zona calma de um parque
de campismo e possuía ótimas condições, o funcionamento é anual. O parque de
campismo tinha muitos espaços verdes e estavam bem tratados
Os parâmetros de controlo sanitário da água de piscina que se fez no local
foi a temperatura, o pH e o cloro residual livre.
Ficam algumas fotos: Fotômetro medidor de cloro e pH Em ação A medir o pH da água da piscina As piscinas do Parque de Campismo Em posse para a fotografa Medidor de temperatura da água (estava agradável)
A primeira semana de estágio passou-se muito rápido, mas em termos de reflexão semanal, tenho a dizer que em apenas uma semana, cresci muito enquanto pessoa e enquanto futura TSA. Em termos de crescimento pessoal, descobri que consigo adaptar-me facilmente a qualquer lugar, nas primeiras horas do primeiro dia, estava muito nervosa, mas quando chegou ao fim do dia, estava com um tranquilidade e com uma felicidade que nem sei descrever. Quando gostamos do que se faz, há uma motivação maior para fazer o que nos é pedido e acordamos bem dispostos, pois mais coisas novas vou aprender. Em termos de Saúde Ambiental, também cresci muito, descobri programas que não conhecia, fiz varias coisas que não estava a espera fazer logo na primeira semana e gostei imenso.
E assim chegou ao fim a primeira semana de estágio...que venha a próxima,
pois o conhecimento não ocupa lugar e estou com “sede” de aprender Saúde
Ambiental.
Até à próxima!
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