sábado, 5 de outubro de 2013

I Semana de Estágio



   Primeira semana de estágio. Nem dei por ela passar, passou num abrir e fechar de olhos, isto significa que quando gostamos do que se faz, nem damos pelo tempo passar e foi o que aconteceu. Em apenas uma semana, muito fiz e aprendi.
   Na segunda-feira (30 de Setembro) foi o primeiro dia de estágio. Tal como combinado, às 9h00 da manhã estava no Centro de Saúde e dirigi-me ao gabinete da Dr.ª Rosário e mutuamente nos apresentamos. A Dr.ª Rosário foi muito simpática e fez uma apresentação de como funciona o Centro de Saúde, quais as divisões que existem, bem como os funcionários, de seguida, foi tempo de conhecer os “cantos da casa” e apresentou-me todos os colegas e funcionários que se cruzavam por nós.
   Após a visita ao Centro de Saúde, fomos para o gabinete e a Dr.ª deu-me a conhecer alguns documentos relativos aos programas que se faz no Departamento de Saúde Pública, nomeadamente o Programa Revive e o Programa de Vigilância Sanitária das Zonas Balneares.
   Como o trabalho não se faz sozinho, após todas as apresentações, começou-se a trabalhar e fez-se a estatística dos Resíduos do Grupo III e IV relativo ao mês de Setembro. No dia seguinte (terça-feira) continuou-se a realizar a estatística dos resíduos e deslocamo-nos ao Centro de Saúde de Faro para conhecer o responsável pelo ACES Central, mas não se encontrava no local.
Quarta-feira foi um dia muito produtivo, fomos realizar o Programa de Prevenção de Doenças transmitidas por Artrópodes no Concelho de Olhão.  
 “Este Programa constitui uma ferramenta, com vista a proteção da saúde pública, na vertente prevenção de doenças transmitidas por vetores artrópodes, mosquitos em particular. Faz o enquadramento da região do Algarve no contexto das doenças emergentes ao nível europeu. O Programa integra uma rede de vigilância de vetores, designadamente o REVIVE- Programa Nacional de Vigilância de Vetores Culicídeos (este programa é colocado em prática entre os meses de Maio e Outubro). O fenómeno das alterações climáticas, coadjuvado com o fenómeno da globalização (facilidade no intercâmbio de mercadorias, plantas exóticas, animais de companhia e pessoas), tem determinado a distribuição geográfica de algumas espécies, a qual tem sido alterada de forma significativa. Espécies de mosquitos, que se pensavam confinadas a climas tropicais e sub-tropicais, quando transportadas acidentalmente para climas temperados, de que é exemplo Portugal, poderão aí encontrar condições favoráveis ao seu desenvolvimento e proliferação. A ocupação de novas áreas por potenciais espécies vetoras deve ser sempre considerada sobretudo devido às provas já existentes, como a introdução das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti na Europa.
   Algumas espécies de mosquitos e outros insetos podem ser vetores de doenças como a malária, febre amarela, dengue, vírus do Nilo Ocidental, encefalite japonesa, chikungunya (arbovírus – vírus transmitidos por artrópodes (arthropod-borne virus)), em que a sua dispersão geográfica implica o acréscimo do risco de infecção”. (Ministério da Saúde – ARS do Algarve, 2013). Assim, os os principais objetivos da implementação deste Programa são os seguintes:
 Identificar espécies de insetos presentes na região – autóctones e invasoras;
·          Determinar o nível de infeciosidade por arbovírus;
·          Controlar populações de insetos (minimização de risco de doença);
·          Emissão de alertas;
·         Ativação de Plano de Contingência.
   O ciclo de vida destes vetores é constituída por duas fases: A primeira fase corresponde à fase aquática – ovos, larva e pupa e depois, a fase aérea, correspondente ao mosquito adulto, como se pode observar na figura:  



Ciclo de vida do mosquito



   Os fatores essenciais para a existência de mosquitos é a água e a temperatura. A água é fundamental, pois é o meio pelo qual se completa o seu ciclo evolutivo. As acumulações de água que constituem criadouros requerem estagnação e quietude, por forma a não inviabilizar as posturas de ovos, assim, as zonas com agitação/turbulência não são criadores competentes de mosquitos. Relativamente à temperatura, o intervalo entre os 25ºC e os 30ºC corresponde ao desenvolvimento mais rápido, assim, nas épocas de Primavera e Verão a população de mosquitos aumenta. As larvas de mosquitos são mais friorentas e não sobrevivem a temperaturas entre os 5ºC e os 8ºC, mas os ovos de mosquitos tem uma grande capacidade de resistência a longos períodos de dissecação e a temperaturas extremas que poderão compreender entre cerca de -5ºC e os 48ºC.
   Quanto aos seres humanos, a melhor prevenção individual da picada que existe  é o uso de repelentes,  evitar frequentar locais entre o entardecer e o amanhecer pois é quando os “queridos” mosquitos gostam mais de picar, o uso de vestuário protetor, instalação de redes mosquiteiras nas portas e janelas bem como a aplicação de inseticidas domésticos nas habitações.
   Quando se faz a apanha de mosquitos, utiliza-se dois tipos de armadilhas: o CDC ligth-trap e Gel Seco (Co2).
   A grelha utilizada para determinar a presença ou não de larvas é a seguinte:

Grelha de Monitorização de prevenção de Artrópodes



   A monitorização/prevenção foi efetuada em oito locais. A visita aos locais de monitorização foram efetuadas juntamente com a AmbiOlhão (empresa relacionada com o ambiente), com dois responsáveis das Águas do Algarve( que são também responsáveis pela ETAR), com um Técnico Operacional  (faz a colheita de mosquitos e a desbaratização, quando necessário) e a visita contou como é óbvio, com a técnica de Saúde Ambiental ainda dois estagiários (a minha pessoa e o meu colega Miguel Palma que se encontra a estagiar no Centro de Saúde de Faro).

   O resultado desta monitorização foi significativa, visto que  nalguns lugares encontrou-se um número elevado de pupas. Ficam algumas imagens:


Senhor Vitor a explicar o ciclo de vida dos mosquitos
Momento de descontração
Resultado da apanha: pupas e larvas
Pupas e Larvas
Na captura das pupas e larvas

Miguel a monitorizar a presença de pupas






   Quinta-feira, foi dia de fazer um levantamento de empresas que tinha como  objetivo a vigilância da organização e funcionamento dos serviços de saúde do trabalho nas empresas e verificação de boas práticas de saúde ocupacional nas empresas, através de visitas. Assim, fez-se um levantamento de 15 empresas  que existem no Concelho de Olhão e depois escolhe-se uma. Quem vai fazer esta vigilância é o Delegado de Saúde do ACES Central (Dr. Joaquim Bodião) conjuntamente com uma Técnica de Saúde Ambiental (Drª Sara Campos) que está nomeada pela Unidade de Saúde Pública do ACES Central, para integrar a equipa de Saúde Ocupacional.

   A sexta-feira  foi dedicada à Avaliação das condições Higio-Sanitárias em Piscinas. Fez-se a avaliação em apenas uma piscina, visto que a outra era de água fria e assim já se encontrava encerrada para férias.

   A piscina onde se fez a avaliação, localiza-se numa zona calma de um parque de campismo e possuía ótimas condições, o funcionamento é anual. O parque de campismo tinha muitos espaços verdes e estavam bem tratados

  Os parâmetros de controlo sanitário da água de piscina que se fez no local foi a temperatura, o pH e o cloro residual livre.
 Ficam algumas fotos:



                                                       Fotômetro medidor de cloro e pH



                                                                     Em ação



                                                                A medir o pH da água da piscina




                                                      As piscinas do Parque de Campismo



                                                       
                                                     Em posse para a fotografa


 
                                          Medidor de temperatura da água (estava agradável)


   A primeira semana de estágio passou-se muito rápido, mas em termos de reflexão semanal, tenho a dizer que em apenas uma semana, cresci muito enquanto pessoa e enquanto futura TSA. Em termos de crescimento pessoal, descobri que consigo adaptar-me facilmente a qualquer lugar, nas primeiras horas do primeiro dia, estava muito nervosa, mas quando chegou ao fim do dia, estava com um tranquilidade e com uma felicidade que nem sei descrever. Quando gostamos do que se faz, há uma motivação maior para fazer o que nos é pedido e acordamos bem dispostos, pois mais coisas novas vou aprender. Em termos de Saúde Ambiental, também cresci muito, descobri programas que não conhecia, fiz varias coisas que não estava a espera fazer logo na primeira semana e gostei imenso.  
 
   E assim chegou ao fim a primeira semana de estágio...que venha a próxima, pois o conhecimento não ocupa lugar e estou com “sede” de aprender Saúde Ambiental.



Até à próxima!
 











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