Há uns dias atrás, referi num post o problema da Legionella e dei o nome ao post de "Legionella a mal amada" e expliquei o porquê de ela ser "mal amada". Considerando que esta "menina bactéria" não é propriamente boa, vou voltar a falar do tema, mais propriamente do "Programa de Prevenção da Doença dos Legionários em Empreendimentos Turísticos", visto que esta semana estive juntamente com a Drª Rosário Jorge e a TSA Carmelo Colmenarez a por em prática este programa, junto de empreendimentos turísticos.
Apesar de já ter referido, volto a frisar que a doença dos legionários é uma infecção respiratória aguda, de instalação súbita, causada por bactérias do género legionella. O seu principal modo de transmissão é através da inalação de microaerossóis de água contaminada, sendo uma patologia associada a viagens e correlacionada com estadias em empreendimentos turísticos. A doença está associada à presença da bactéria nas redes prediais de água quente e fria nos equipamentos de arrefecimento (torres de arrefecimento. condensadores evaporativos, sistemas de ar condicionado), piscinas, jacuzzis, instalações termais...
Assim, "a Autoridade de Saúde Regional do Algarve, consciente do risco da Doença dos Legionários numa região onde o Turismo é a atividade económica com maior impacto, elaborou e implementou um programa de prevenção da Doença dos Legionários direcionado aos Empreendimentos Turísticos (ET). Em 1979, após o aparecimento do 1.º caso de doença num ET do concelho de Loulé, iniciou-se a implementação do programa localmente. Posteriormente, no ano de 2000 e dado que entretanto surgiram novos casos de doença, o programa foi alargado para toda a região. No ano de 2003 a antever o evento Euro 2004, foi efetuada uma revisão profunda ao referido programa e foram criados instrumentos para avaliação do risco deste tipo de estabelecimentos.
"Este programa tem como finalidade prevenir a ocorrência de casos de Doença dos Legionários relacionados com estadias em Empreendimentos Turísticos da Região do Algarve, tendo sido definidos os seguintes objetivos: Incentivar a implementação de atividades preventivas e de programas de controlo a desenvolver nos Empreendimentos Turísticos, naqueles que ainda não tenham sido aplicados; Efetuar a avaliação do risco nos Empreendimentos Turísticos; Determinar as medidas preventivas adequadas à redução do risco de colonização das redes e equipamentos e de ocorrência de casos de doença associados à laboração ou estadia em Empreendimentos Turísticos." (ARS Algarve - Programa de Prevenção da Doença dos Legionários).
Assim, dando seguimento ao Programa, fomos aplicar o mesmo em 4 empreendimentos turísticos no Concelho de Faro. Chegamos ao local, identificamo-nos e procedemos à aplicação da Grelha de Avaliação de Risco que faz parte do Programa, de modo a facilitar a intervenção no terreno. Esta Grelha permite sistematizar e uniformizar a avaliação das condições das instalações, equipamentos e procedimentos que favorecem a ocorrência de casos da doença dos legionários. A Grelha é por pontuação, um valor final com uma pontuação elevada, corresponde a um maior risco. Para além da aplicação da Grelha, esclarecíamos todas as dúvidas que os responsáveis pelos empreendimentos tinham sobre o tema e procedíamos à entrega de uma separata/anexo com as medidas de monitorização e controlo do programa a executar pelo Empreendimento turístico, procedíamos ainda à análise e apreciação dos registos de cloro e temperatura, num dos quartos.
O principal objetivo deste Programa é que os os responsáveis pelos Empreendimentos Turísticos tomem consciência dos perigos da Doença dos Legionários e como tal é preferível que os Empreendimentos tenham todas as condições para que esta não ocorra (apesar de ter como consequência mais gastos no final do mês), mas com boas condições e boa manutenção dos equipamentos, a ocorrência de Legionella torna-se quase nula e o Empreendimento acaba por ficar com uma ótima imagem, enquanto se ocorrer algum caso, a imagem do Empreendimento Turístico acaba por ser posta em causa e há uma quebra de vendas. Como tal, o nosso papel enquanto Técnicos de Saúde Ambiental é informar/sensibilizar sobre estes perigos, o que se quer é que não ocorra casos de Doença dos Legionários.
Ficam algumas imagens que caracterizam o que fizemos:
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A medir o cloro |
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A medir o cloro |
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A medir a temperatura da água |
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A aplicar os reagentes do cloro |
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Resultado da medição |
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Grelha de Avaliação de Risco |
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Grelha de Avaliação de Risco |
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Em Faro, após a aplicação do Programa, junto da minha orientadora Drª Rosário Jorge |
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Junto com a TSA Carmelo |
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